... as árvores... também falam!!!...
Estive para o cortar, quando o vi,
ramito de oliveira tão bonito...
com flores, desponte de azeitona verde,
formosa, prometedora,
reconsiderei, sorri,
fiz-lhe uma carícia, apenas, apreciei...
não sei, não sei... não sei,
ligeira brisa que se levanta,
marulhar de tantas folhas, tantos ramos,
estranhei,
parei, incrédulo, pensei...
agradecimento dum corpo inerte,
embora vivo...
não sou para fantasias, mui real, tão concreto,
sonho momentâneo, calmaria de Verão,
consequência de calor que sentia,
as coisas... são como são,
mente que brota, que verte...
palavreado que me caracteriza,
por vezes, inferniza,
de supetão, revoada de pintassilgos,
chilreantes coloridos,
quatro, dos muitos, enamorados certamente,
pousaram numa encruzilhada da oliveira, espécie de forquilha,
entrecruzamento de ramos,
voaram em direcção ao solo, apanharam ramos secos,
voando rente,
assentaram naquele sítio,
alicerces de futuro lar... aninharam,
sonho, estória d´encantar,
rendido perante tantas demonstrações,
nem conversa, nem um pio,
melodia celestial...
constatei o que... já pensava,
quando m´introvertia, refugiava na teia dos meus pensamentos,
imaginação fértil, disparatada, coisitas minhas,
somenos,
quanta quentura, dia bravo, inusitada para a época,
“eureka “como dizia o outro,
sombra ofertada pela minha amiga,
grato, compreendi,
reciprocidade... pura verdade,
tal como o canto dos pintassilgos,
saltitantes, bem vivos...
então pensei... TAMBÉM, naquele líquido verde amarelado,
doirado e saboroso que
uso,
no tempero dos meus alimentos,
porque GOSTO, até ABUSO!!!... Sherpas!!!...