... títeres!!!... (SALTIMBANCOS)
... terra pacata, soalheira, pequena vila de interior, há um ror de TEMPUS atrás,
na farmácia, conversa interminável, entre o padre, o professor,
farmacêutico, todo um senhor, médico que por ali passava, cumprimentava,
agregava,
fora da hora de serviço, tarde amolengada, sem viço, muito acima do “incapaz” ainda no TEMPUS da lavoura,
com ausência do lavrador, fazendo presença, na eira,
vigiando tarefa da debulha, trabalheira...
grande engodo, engulho, rotina que se processa,
estando fora da conversa...
canalha, em chusma, brincava como todos os dia, na rua,
esta é minha, aquela é tua...
agarra-agarra, esconde e foge, saltita, pontapeia a bola,
diversão deles, idade curta, férias, fuga da escola,
pais na faina dura, inclemente, árdua tarde, conversa presente,
com pose, mãozita no bolso, displicente, dizia o médico, ouvia o professor,
farmacêutico que não era doutor,
um senhor, um senhor...
proprietário do espaço, local preciso, não devasso,
todos os dias... apropriado,
encontro de mais elevados, com suas prédicas, recados, devaneios repetitivos,
ausente, o lavrador...
entre cenas, correrias, gritos,
brincadeiras na rua, esta é minha, aquela é tua, se ia matando o TEMPUS,
no interior...
entre igreja e farmácia, terra batida, local indicado, recordo, sem falácia, invenção minha se, por acaso,
grupo compacto de gente estranha, quase indigente,
na vestimenta...
entre adultos, mais pequenos, poucos confortos, algumas trouxas, faces afogueadas, treinados,
com fífias, alguns saltos...
conversas que se atropelam, muitos sons, instrumentos, rebolam, contorcem,
esperam,
poiso improvisado, tenda composta, ali posta, pano sobre paus, cordéis,
farrapos, burros mancos, velhos,
não corcéis...
manta estendida no chão, bolas, objectos vários, saltitantes na mão, como cascata, profusão,
confusão...
aglomerado que chama atenção,
forças vivas do lugarejo, perante toque roufenho
de corneta amolgada,
carregaram cenho...
tambor que se faz ouvir, interromperam cavaqueada,
olharam, com displicência... viraram costas, recomeçaram,
enquanto, na terra, chamados por pregão altissonante, “HOJE, há títeres no largo da igreja”
mais humildes se juntaram, magotes, em profusão,
quebra da rotina, ilusão...
olhos que não viam, olharam, embasbacados perante
habilidades mil, truques mágicos,
malabarismos... contorcionismos, equilíbrios, alguns saltos,
em TEMPUS mais recuados, abaixo dos instalados, forças vivas da terra, parada, que não prospera...
arrumadinhos na farmácia, conversas profundas, restritas, grupo composto, sempre o mesmo, dia de saltimbancos, quase indigentes,
outras gentes, tão diferentes,
fazendo espectáculo na rua, esta é minha, aquela é tua, interrompia qualquer corrida,
dava um pedacito de vida... aos que, dela, nada tinham,
enquanto iam e vinham,
andantes, desabrigados, com trouxas, burros mancos, muito antes, muito antes,
truques, malabarismos...
produziam uns entretantos, corpos esbeltos, contorcionismos,
padre, professor, médico e farmacêutico, todo um senhor, todo um senhor,
com ausência do lavrador... Sherpas!!!...