... o vento e... o lenço!!!...
… o vento levou, quando passou por cima dela,
quando mexeu com o cabelo,
quando soprou,
é vê-la
mal se mantém, inquieta, com as roupas em desalinho,
toda feita num novelo,
sem lenço garrido,
nem vê-lo,
arrastado, numa pressa, ondeando, de mansinho,
ao longe,
qual borboleta colorida,
voando, sem destino,
numa fuga, numa ida, tendo um ponto de partida,
a cabeça desprotegida,
a moçoila desprevenida,
olhando, com pena, o adereço,
seu lenço,
seu toque, seu enlevo,
mais não vejo, sumiu,
o vento levou,
quando surgiu,
num rompante, num repente,
falha,
falta que se sente,
meu lenço, teu lenço,
quando o recordo e… penso!!!...
… era meu, quando o via,
sobre a cabeça,
no lugar,
que adorno, fantasia,
tão garrido, chamativo, um retoque de encantar,
dava um certo destaque,
ao rosto moreno, oval, de olhos doces, amendoados,
cabelos negros, com remate,
moldura farta, divinal,
num corpo de espantar, sorriso pronto, dentes alvos,
disposição tão distinta, escravo, quase cativo,
muito antes do fugitivo,
do vento que por ali passou,
que, num repente, arrebatou
aquele lenço e… fugiu!!!...
… deixou um desalinho,quando foi,
quando partiu, uma tristeza tão sentida,
naquela vida,
qual diva, tão produzida, tão formosa,
tão composta,
quando reposta,
equilibrada, não desalinhada,
ainda desgostosa, pela perda do adereço,
quando a vejo e… penso!!!... Sherpas!!!...