... reprimenda!!!...
desde que me conheço, tenra idade, com meus pais,
mais tarde, com minha mulher...
tenho um jeito mui peculiar, gosto bastante de viajar,
viver a vida... como dádiva, maravilha que m´alenta,
abrir os olhos, admirar...
usufruir, de mansinho, o que me tenta,
reconhecer o que me foi ofertado, doutros companheiros da viagem,
criatividade, obras suas,
habilidades...
gregários que se foram formando, grandes aglomerados de casas,
“benditas” urbanidades,
independentemente de fronteiras, barbaridades que são barreiras,
linguagem diferente...
religiões, etnias, cor da pele,
raça a que pertencem... quanto me dão, me oferecem,
por vezes, dificultam, quase complicam,
depois s´esquecem...
tempo apaga, sua voragem,
aconselho e... tenho pena, menos valias, pela idade,
presente realidade,
bem presente, hotel modesto na Hungria, pouco movimento na rua,
pouca gente...
situação simpática, muitas esplanadas,
negócios distintos, cadeiras viradas,
mesas vazias, ainda faltavam sete dias,
restauração e outros, bem no centro da urbe,
pertinho da estação...
minarete de mesquita que s´avista da janela do nosso quarto,
prometedor, bem claro,
fervilhante de vida, na hora da compra, ofertas várias,
fartura...
pratos típicos, ferros e vidros,
cheiro a goulash, café,
depenicando gostosura, doce ou salgado, com borras no fundo,
algum acepipe...
à moda do TURCO, sem apetite,
antigo mercado, curiosidade,
maravilha... agora recuperado,
numa margem do Danúbio, Peste ou Buda, não me recordo,
quando acordo...
início doutro projecto, parque das Estátuas, indo a pé, usufruindo,
devagar, devagarinho, como gostamos,
quando interpelamos residentes,
amáveis... sorridentes,
passámos uma das pontes, em recuperação,
obras em repouso...
águas mansas do rio, sorrio,
eis que s´aproxima, gesticulante,
quase agressivo... vigilante,
tipo forte, segurança,
era domingo...
dia de descanso, ouço, não gosto,
voz potente, língua estranha,
cara feia, apontando, dizendo que não,
qual a causa... qual a razão,
logo se desfeia, dia tão belo,
tanto desvelo,
como sempre, máquina fotográfica na mão, tira daqui,
tira dali...
batendo chapa, nada m´escapa,
proibição,
caiu-me em cima, fez mossa,
minha nossa...
logo, logo, em terra estranha,
monologo que se fez ouvir, vozeirão que me fez reprimir,
acto que pratico, com afeição,
máquina fotográfica... na mão,
imprevisto que não me coibiu,
saímos da ponte... em reconstrução,
tema esquecido, como se viu,
sentámos junto a um quiosque, pelo sim, pelo não,
eis que me surge a intenção,
perguntei...
com gestos, mais imagem que tinha,
qual o caminho, situação,
parque das estátuas gigantes, a uma senhora simpática,
vendedora de jornais... de revistas,
barreira complicada, linguagem diferente, tão cerrada,
ultrapassável... como verifiquei,
número do autocarro, compra de bilhete, última saída,
quando paro... fomos vendo,
reparei,
novo meio de transporte, mais sabedor, minha sorte,
nova compra... nova ida,
imagem na mão, gesticulando, gente estranha,
tão humilde,
acenavam com a cabeça,
como quem entende gestos, sons que produzo,
logo, logo, paragem em campo inóspito,
dedos apontados... sorrisos,
dúvida, algum receio, dados uns passos,
ali ao pé... objectivo conseguido,
visita feita, satisfação plena,
interrogação,
e... agora, me perguntava cara metade,
desvalorizando, apontei o outro lado da estrada,
alguma espera, autocarro que se materializa,
mão levantada,
entrámos, bilhete comprado, desfizemos
o que tínhamos feito... dia completo, mau começo,
reprimenda na ponte,
início do dia, desponte... Sherpas!!!...