... casamento perfeito

num azul que se junta,

lá longe, quase indefinido,

ligeira neblina que se vislumbra,

espelho que cumpre função,

pedaço de paraíso,

ocasião,

como talhada fresca de melancia,

tarde quente, longa de Verão,

s´aprecia,

satisfação que se saboreia,

em dias lindos de OUTONO,

luminosos, refrescantes,

q´estas paragens nos dão,

arribas, costas d´enlevo,

serranias deslumbrantes,

escape que nos agrada,

proporciona a quem passeia,

PÁTRIA minha, mui AMADA,

necessidade,

bateria que se carga,

portinho pequeno,

serra que o guarda,

encanto, doce recanto,

vegetação,

caminho estreito, cascalho pisado,

sossegado,

dando passos,

abrindo coração,

nos olhos q´abarcam,

reparam,

preenchem vazio,

estupefacção,

dado momento,

numa volta,

saída da pasmaceira,

recordatório,

longe de tudo,

falatório,

enviesamentos q´assustam,

quando insultam,

machucam,

teimam,

quase pulam,

donos de tudo,

gentio do mundo,

acanalhado,

tão fundo,

quase desfeitos,

sem representação,

remando contra,

imundo mistério,

eremitério degradante,

esquecido,

apagado num instante,

castanhas assadas,

canudo de papel,

cascas guardadas,

intenção de não sujar espaço,

vendo,

remirando horizonte,

q´encantamento,

marulhar silêncio,

navios ao longe,

distanciados,

quase parados,

rio, mar, céu portento,

reflexão que me sustém,

limpo o pensamento,

caso curioso,

tão grande acalmia,

sol q´alumia,

quão formoso,

azuis tão distintos,

elementos q´enriquecem,

almofariz gigantesco,

reflexo que se projecta,

mais se detecta,

quando se mostra,

quão principesco,

para quem está,

para quem se recreia,

caminho d´areia,

estrada de terra batida,

pequeno pedaço,

ali,

grande dádiva,

assim acho,

suspenso no falar,

sons que fugiram,

lá para cima, na estrada,

atrás de tufos verdes,

separada,

ambiente protegido,

pedaço de PARAÍSO,

que PAÍS tendes,

que pessoas boas,

canto minhas loas,

choro desvarios,

loucura de gentalha,

venda de tanta tralha,

renúncia dum TODO,

destruição q´apouco,

denúncia que não calo,

esqueço, no momento,

lamento...

intervalando,

renunciando minha postura,

fuga propositada,

reduzido a nada,

busco paragens de sonho,

olho, embeveço, proponho,

aconselho,

esqueço,

faço trajecto curto

neste recanto tão grande,

beleza imensa,

gente maravilhosa,

longe d´alguns percalços

que nos calcam,

pedaços que s´arvoraram,

alçaram a posição,

soberba ilusão,

conluio premeditado,

interesse que nos diminui,

aversão ao que não são,

adulteramento macabro,

junção  que nos irrita,

que se mantém,

quando tira,

fica com bens,

alguns vinténs,

ninguéns, ninguéns,

deixa ser o que somos,

formação,

por enquanto

nos deixa ter o torrão,

encanto,

pedras, calhaus, mar,

azul intenso,

areal,

arribas, vegetação,

sol espelhante,

sossego,

retemperante,

ar puro da serrania,

talhada sobrante,

refúgio, refúgio,

longe de tudo,

égide,

pedacinho de MUNDO,

recato,

tão do meu agrado!!!...  Sherpas!!!...

... não consigo evitar, pensamento rebelde, torrente que não contenho,

rio, ribeira que corre,

águas agitadas, por vezes, batendo em rochas abruptas,

quantas, quantas lutas,

bravata que me ocorre, dúvida que me abespinha,

na garganta se encrava... incomodativa espinha,

sem engolir, pestanejo, abro,

fecho olhos num repente, pobre mentecapto

que vejo...

legislador profícuo, intenção que escandaliza, feito que não enobrece,

quanto menorizado me fico...

perante o que me oferece,

infelicidade permanente, divisão propositada,

uns com tudo... outros sem nada,

vão destruindo este MUNDO,

governante impreparado, egoísta, sem sentimento,

quando o encaro...

lamento,

desassossego me avassala, minha boca não cala,

tudo escrevo,

invento...

perante calamidade imensa,injustiça que se propala,

pergaminho tão caro, doirado, reluzente, valor que me não seduz,

escuridão encobre a luz...

vexame para tanta gente, penso, escrevo,

não paro,

tento afastar, fujo... envergonhado,

estando do outro lado, quando nego, recuso,

contra quem não cumpre, alapado, indiferente a tanta desgraça,

nesta volta

que me trespassa...

circuito da desfaçatez, ciclo do era uma vez,

barbaridade que me apouca...

gentinha soberba, tão louca,

rouxinol na ribeira, encanta quem ouve, quem passa,

rebola seixo no leito...

canta galo na capoeira, desabrigado, sem jeito,

cresce vegetação tão alta, sombreado se vai espargindo,

uns ficando...

outros fugindo,

ripanço de quem muito ganha, provoca nojo, dá asco,

raposa com tanta galinha,

farrapo...

quando afina, desafina,

insólita provocação, aversão que se adensa, sol que nasce,

ilumina, não escolhe, abriga todos,

muitos que se fazem tontos...

nódoa que nos domina, ao serviço de bem poucos,

quando se pára, se pensa,

esbracejo, descontrolado, comparo os que estão ao lado,

olho para cima, para baixo,

não gosto do que vejo...

choro desgostos, baixezas,

ocultando muitas belezas...

paraíso retorcido, pecaminoso caminho,

seremos assim tão tolos, bonita bandeira, melodioso hino,

força que se vai esvaindo, cá vamos, cantando e rindo,

endurecido coração...

senhor de tanta aversão,

berraria, contracção, fúria que se esvazia,

ao sabor do teclado,

pensamento à solta... por se acaso... Sherpas!!!...